Chris standing up holding his daughter Elva

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?Uma das chaves para entender a longevidade da Beetlemania é a oferta de veículos ainda em bom estado. Mas é preciso ficar atento, pois os besouros com características originais começam a rarear. Devaldo Nascimento, 45 anos, tem olho clínico para achados. Há dez anos, o pintor se especializou no restauro de Fuscas. Morador de Uberlândia (MG), ele vem semanalmente a Brasília para mostrar – e vender – o fruto do seu garimpo. “Já vendi mais de 200”, calcula.

No início, bastava dar uma volta na cidade para encontrar ótimos exemplares. Hoje não mais. “Uberlândia tem uns 800 mil habitantes. Eu já comprei todos os Fuscas de quem queria vender. Agora, tenho de ir cada vez mais longe. Vou à divisa de Minas com o Rio de Janeiro. Em São Paulo, vou a Ribeirão Preto, Franca, Mirassol, São José do Rio Preto, Barretos e Batatais”, enumera. Metódico, ele trabalha sempre em dois carros por mês. “No meu aprendizado, mantenho a regra de fábrica. Em um Fusca, para mim, não pode faltar uma borrachinha. Se não estiver no lugar, não está pronto.”

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Além de comerciante, Devaldo é colecionador. São quatro os Fuscas que ele guardou para si, sem a intenção de se desfazer: um 1968, um 1973, um 1986 e um 1996. Segundo ele, uma amostra de cada década. Seu negócio é peculiar, pois conta com a ajuda apenas de um aprendiz e de um despachante, responsável por desembaraçar as “placas pretas” (veja box). A publicidade é zero: jamais anunciou em sites ou nos classificados. Os Fuscas se vendem. O seu único marketing é trazer os restaurados de reboque. Ele vem dirigindo um desses Fuscas modernos, modelo 2014, de fabricação alemã. “As pessoas veem um Fusca puxando outro Fusca na estrada.” Isso basta.

Acontece de o cliente ficar em dúvida e querer levar vários Fuscas para casa. “Dia desses, chegou um que se encantou e levou dois de uma vez. Dei um descontinho”, confessa. Teve outro, arrependido por ter passado para frente um Fusca, que atazanou Devaldo até achar um exemplar do mesmo ano e da mesma cor. “O meu comércio é diferenciado. O pessoal chega, tira foto, bota criança em cima do capô, cria amizade. Eu não preciso ir para Paris tirar férias, porque vivo com os Fuscas”, exalta o pintor, que expõe suas preciosidades num estacionamento público do Sudoeste, bairro de classe média de Brasília.

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VOCÊ SABIA?

O segredo da placa preta
Carros antigos que atendam aos critérios de originalidade recebem uma placa especial, de cor preta. O veículo precisa ter, no mínimo, 30 anos de fabricação. Já a originalidade precisa ser atestada, no ato da vistoria, pelos clubes credenciados junto ao Denatran. Os critérios incluem a parte mecânica, a parte elétrica, a carroceria e o interior. O restauro é permitido. Modificações, não (por exemplo, suspensão rebaixada e pintura fora do padrão de época). Além disso, o veículo tem de estar em bom estado, em condições de rodar. 

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