Chris standing up holding his daughter Elva
O Brasil chegou, mais uma vez, àquele momento em que precisa decidir o seu futuro. O país pode, agora, se conformar com um desempenho econômico lento e mediano ou decidir pela aceleração do crescimento a partir da realização de fortes investimentos em infraestrutura.

Uma política consistente e estável de investimentos em infraestrutura é fundamental para a superação do atraso de mais de quatro décadas em transporte e logística, setor de base na cadeia de desenvolvimento nacional que determina o desempenho de todas as demais áreas da economia. 

O agronegócio, por exemplo, seria imediatamente beneficiado. Esse é o setor que mais produz riquezas para o Brasil e poderia produzir muito mais se não fossem as limitações impostas pela falta de estradas, ferrovias e portos para escoar a produção. 

Para se ter uma ideia sobre isso, estudo da CNT estima que 5% da safra de grãos são perdidos durante o transporte, um contrassenso que resulta em grandes prejuízos para o agronegócio e em perdas incalculáveis para toda a sociedade. 

Na mesma rota dos prejuízos, as empresas são obrigadas a encarar um transporte rodoviário de alto custo operacional, majorado em até 27% em decorrência da má qualidade das rodovias brasileiras e sobrecarregado pelos preços abusivos do óleo diesel. A paralisação dos caminhoneiros em maio expôs esses problemas, que têm alto impacto na economia, já que o transporte rodoviário responde por 61,1% da carga e por 96% dos passageiros que circulam no país. 

Uma infraestrutura moderna e proporcional às demandas do país é fundamental para a produtividade e a competitividade das empresas, mas não é só isso. 

Transporte e logística contribuem diretamente para o desenvolvimento regional, a geração de empregos e renda e a melhoria das condições de vida da população tanto na cidade, quanto no campo. 

O desafio dos gestores públicos é compatibilizar a necessidade de grandes volumes de investimentos em infraestrutura com as restrições fiscais e a escassez de recursos do Estado. Os melhores resultados têm sido alcançados por aqueles que contam com a iniciativa privada. 

Dinheiro para grandes obras não falta no mercado, mas esse recurso só está disponível para os países que oferecem segurança jurídica e demonstram claramente quais riscos e oportunidades estão à disposição dos investidores. 

No ano passado, o governo e o Congresso Nacional tomaram várias decisões que contribuíram para tornar o Brasil mais atraente aos investimentos nacional e estrangeiro. O teto de gastos públicos, a Reforma do Ensino Médio, a terceirização da mão de obra, a Reforma Trabalhista e as novas regras para concessões do setor público foram avanços importantes. Mas ainda há muito a se fazer.

Nos cálculos da CNT, para alavancar o desenvolvimento sustentável, o Brasil precisa investir mais de R$ 1 trilhão, volume que só será alcançado com a firme e constante participação do capital privado. Também é fundamental agilizar o programa de concessões de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e de outros setores capazes de acelerar o processo de recuperação econômica. 

Neste ano eleitoral, a sociedade deve dedicar especial atenção aos programas de governo apresentados pelos candidatos à presidência da República e ao discurso dos postulantes a uma vaga no parlamento. Aqueles que se posicionarem claramente a favor da continuidade das reformas e da modernização do Estado brasileiro estarão mais qualificados para levar adiante um projeto de desenvolvimento nacional sustentável e de longo prazo. 

As escolhas feitas nas eleições de outubro definirão se a economia nacional continuará no atraso ou se o Brasil, finalmente, realizará fortes investimentos em infraestrutura, marcando a entrada do país em um novo tempo de progresso, desenvolvimento econômico e paz social. 
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