Chris standing up holding his daughter Elva
Em meio a mudanças tecnológicas, econômicas, sociais e culturais, o futuro do transporte brasileiro é algo que ainda está em construção. Mas o setor sabe que precisa ser capaz de atender, de forma satisfatória, às demandas de movimentação de cargas e pessoas, ser mais valorizado na ótica do cliente, economicamente viável e com maior capacidade de investimento e de planejamento.

Para alcançar esse futuro, um conjunto de desafios está posto, entre os quais estão a capacitação dos trabalhadores, a gestão empresarial e o pensamento estratégico, a adoção de novas tecnologias, a abertura a ideias e atitudes em direção à globalização. O diagnóstico está pontuado na primeira parte do roadmap para o transporte, instrumento que definirá um plano de ação para o transporte e a logística do Brasil, possibilitando mais competitividade e maior aderência às demandas dos usuários. 

A fim de identificar os melhores caminhos para o destino do setor, empresários e representantes da área de desenvolvimento profissional do SEST SENAT reuniram-se em mais duas edições do workshop Inovar, Capacitar, Avançar, promovido pelo SEST SENAT em conjunto com a Universidade de Stanford, por meio do mediaX, programa da universidade que promove parcerias setoriais e acadêmicas para debater tecnologias e estimular a inovação.

Nos encontros, ocorridos em março, os participantes foram instigados a refletirem sobre transformações que vêm impactando e que impactarão, de forma cada vez mais acelerada, a sociedade e a pensarem soluções efetivas e renovadas para superar desafios rumo ao desenvolvimento.

“Precisamos compreender quais são as forças e as fraquezas do setor de transporte na atualidade, estimar o que vem pela frente e saber o quão preparados estamos”, explica o diretor internacional da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Harley Andrade. Segundo ele, com um diagnóstico preciso do presente e com uma visão clara sobre o futuro, o transporte poderá construir as condições necessárias para se beneficiar com as mudanças e construir soluções eficazes para enfrentar os entraves que existem. “Por meio de iniciativas como essa, a CNT, o SEST SENAT e o ITL (Instituto de Transporte e Logística) estão capitaneando a movimentação rumo a um setor melhor, mais integrado e inovador.”

Para a diretora-executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart, as pessoas são centrais no processo de mudança e inovação. Logo, os trabalhadores do setor precisam ser capacitados com foco nessa realidade. “Pensar fora da caixa é um desafio para fazermos com que o setor seja cada vez melhor. Por mais que existam barreiras, elas não podem ser desculpas para não melhorarmos o que nos compete”, diz.

“O transporte está se transformando, e nós vamos pensar juntos nesse futuro. Buscamos desenhar ferramentas para a inovação e debater como promover o empoderamento por meio da educação, usando tecnologias e encorajando novas ideias”, afirma Martha Russell, diretora-executiva do mediaX.

A ideia é que todos os participantes dos workshops sejam multiplicadores dos conhecimentos e do estímulo ao desenvolvimento de novas ideias para o setor junto aos segmentos nos quais atuam.



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Adequação


Conforme o diretor do escritório da CNT na Alemanha, Thiago Ramos, responsável pela condução dos trabalhos que culminarão no roadmap para o transporte, há mudanças que são ameaças aos atuais modelos de negócios, e o transporte brasileiro precisar estar ciente das transformações para definir como alocar investimentos. Isso porque o surgimento de novas soluções pode tornar as atuais obsoletas, representando dispêndio de recursos. Isso ocorre especialmente diante da dificuldade de o país concretizar projetos de infraestrutura em um curto espaço de tempo. 

Nesse sentido, é importante a utilização de ferramentas eficientes de análise de cenários atuais e projeção de futuro que auxiliem a tomada de decisões. Esse foi um dos temas abordados no workshop voltado a empresários do transporte.

Ram Rajagopal, professor de Engenharia Civil e Ambiental em Stanford, considera a compilação e a análise de dados como essenciais. “Hoje em dia, é necessário que todas as decisões de negócios sejam mais sistemáticas. Utilizar dados nos permite isto: mais oportunidades para entendermos a situação, a busca das opções e a quantificação dos potenciais resultados.” Ele explica que as melhores organizações que lidam com dados têm sistemas de apoio a decisões construídos para suas atividades-fim. “Não é que isso esteja substituindo a intuição, mas a está qualificando. Os melhores gestores estão se adaptando a essa realidade”, conclui. 

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Profissionais do futuro


Com tantas mudanças, os trabalhadores do transporte também precisam estar preparados, com o desenvolvimento das habilidades e competências que permitam compreender e se adaptar às rotinas e às exigências das novas frentes de trabalho que surgirão.

Martin Carnoy, professor de Educação e Economia da Universidade Stanford, destaca que o investimento e a adoção de novas tecnologias exigem um investimento ainda maior em capital humano. Entretanto, para que haja eficácia na capacitação profissional, é essencial saber o que se quer para o futuro do setor. “As questões relevantes do transporte não refletem somente tecnologia, mas também questões econômicas e sociais. E embora muitas tecnologias estejam disponíveis fora do Brasil, esse planejamento deve ser feito em casa”, diz.

Para a diretora-executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart, as pessoas são centrais nos processos de mudança e inovação. “Vamos construir um novo modelo de capacitação profissional adequado às necessidades de um setor que anda a passos largos”, afirma.

Durante o workshop, os representantes da área de desenvolvimento profissional do SEST SENAT tiveram acesso a novas metodologias de ensino e foram estimulados a pensar soluções de ensino e aprendizagem associadas aos desafios do transporte. Eles também desenvolveram projetos sob orientação e avaliação dos professores de Stanford, para modernizar ainda mais as ações de capacitação e qualificação promovidas pelas unidades operacionais. 

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Outros workshops 


O primeiro workshop Inovar, Capacitar, Avançar ocorreu em julho de 2017 e contou com a participação de integrantes do FIT (Fórum de Inovação do Transporte). O grupo, criado no âmbito do Sistema CNT com representantes de todos os modais, tem o papel de analisar tendências e propor ações para a inovação no transporte brasileiro. 

Nesse encontro, teve início a construção do roadmap do transporte brasileiro, coordenada pelo ITL (Instituto de Transporte e Logística). Para o diretor-executivo do Instituto, João Victor Mendes, “é a partir de iniciativas como essa que surgem soluções viáveis para o transporte. Essas informações estão chegando às empresas para que se traga e se concretize uma visão inovadora para o transporte brasileiro.”

A quarta edição do workshop ocorrerá em junho deste ano e será realizada na Universidade de Stanford, na Califórnia. 

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